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sábado, 6 de novembro de 2010

" Não se deixem enganar" - Noticia JM de 05 de Novembro 2010

Noticia do Jornal de Matosinhos de 05 de Novembro de 2010

"Não se deixem enganar"



“Não se deixem enganar” foi uma das frases que o presidente da Concelhia PSD de Matosinhos, Pedro da Vinha Costa, disse aos pescadores de Angeiras, na passada sexta-feira, numa reunião em que acusou a Câmara Municipal de Matosinhos de estar a “promover” um projecto de instalação de cultura de bivalves que ameaça a actividade piscatória. Segundo o social-democrata “é mentira que este projecto venha a criar emprego na Região”.
Junto de mais de uma dezena de pescadores, de uma comunidade com cerca de 40 barcos no mar diariamente, Pedro da Vinha Costa descreveu a conversa que manteve com o empresário que pretende investir na instalação de uma unidade de bivalves na Freguesia de Lavra. Neste encontro participou, também, o presidente da Junta local, Rodolfo Mesquita, que revelou que está a ser ponderado ceder o segundo piso do Mercado Municipal de Lavra para o funcionamento desse equipamento. 
“A nossa preocupação é garantir que o investimento não colide com as vossas actividades piscatórias. O que está em causa é uma actividade tradicional que é a pesca e é o vosso sustento. Estão em causa os vossos direitos. Explicaram-me o projecto… Mas percebi que não poderão pescar mais camarão… O peixe também escasseará porque anda atrás do camarão…”, descreveu o dirigente laranja.
Segundo Pedro da Vinha Costa, os tubos que o empresário pretende instalar nas águas de Angeiras vão atrair para o local mexilhões, caranguejos e peixes, afastando-os da zona onde é permitido pescar. Assim, os pescadores lavrenses ficariam sem essa fonte de receita ou, pelo menos, seriam obrigados a acatar uma série de regras novas como distâncias obrigatórias face a esses tubos. Na presença dos sociais-democratas foi descrito, por alguns pescadores, as reuniões mantidas na Câmara Municipal de Matosinhos. O presidente socialista Guilherme Pinto foi acusado de ter tentado convencer os pescadores a assinar uma declaração dando aval ao projecto, aliciados por promessas de emprego. 
“Considero uma vergonha que o presidente da Câmara ande a tentar aliciar os pescadores a aceitar o projecto dos bivalves. Apareceu-lhes alguém a acenar-lhes com um negócio de milhões e eles esquecem os vossos interesses de tostões. É uma vergonha que o presidente da Câmara esteja mais preocupado em representar um empresário do que os pescadores. Guilherme Pinto parece promotor do empreendimento”, disse Vinha da Costa, classificando como “ridículo” que o empresário lhe tenha dito que “os pescadores poderiam pescar à cana”.
O líder do PSD matosinhense prometeu recorrer a “todos os órgãos”, nomeadamente à Assembleia da República, através dos
deputados Pedro Duarte e Ulisses Pereira, para impedir que o projecto seja implementado. “Isto ainda é pior do que ter a monoboía” ou “os empregos são todos para espanhóis” – foram algumas das frases que o JM registou, da parte dos pescadores lavrenses.
Já a Câmara de Matosinhos remeteu esclarecimentos para o vice-presidente, Nuno Oliveira, que justificou o apoio da autarquia como “promoção da economia local”: “Não consigo perceber como é que o PSD tem problemas com um projecto privado. Trata-se de um projecto importante para a região, que envolve muitos milhares de euros de investimento”, afirmou.
Nuno Oliveira garantiu que não compete à autarquia mas sim à Autoridade dos Recursos Hídricos a aprovação do projecto, o que ainda não aconteceu. O vice-presidente explicou que a Câmara Municipal foi, até ao momento “apenas consultada, como muitas outras entidades”.
O autarca realçou que o projecto tem um “impacto visual muito menor do que os existentes na Galiza”, ao utilizar tubos em vez de jangadas.
De acordo com Nuno Oliveira foi a Mútua–Associação de Pescadores de Angeiras, que solicitou uma reunião com a Câmara de Matosinhos e o promotor do projecto, tendo na ocasião a empresa manifestado o interesse em contratar alguns dos pescadores e seus familiares.
Sobre este projecto sabe-se, ainda, que este poderá culminar na criação de cerca de quatro centenas de postos de trabalho, no entanto não existem garantias de que a unidade final, ou seja após a recolha no mar, seja instalada em terrenos matosinhenses.

Paula Teixeira

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